No início da nossa Igreja, para tornar-se cristão não bastava ser batizado. A entrada na vida e na comunidade cristã tinha três portas: o Batismo, a Crisma e a Eucaristia. Por isso, para quem se tornava cristão, esses três sacramento eram dados numa única celebração, na noite da Vigília Pascal.
Vamos imaginar que, lá pelo século II, um jovem pagão, Demétrio, desejasse tornar-se cristão. Ele se apresenta a um ministro cristão, que sopra sobre sua cabeça e lhe faz o sinal da cruz, simbolizando uma ruptura com satanás e o início de uma nova criação. A partir desse rito, Demétrio passa a ser um "ouvinte" da Palavra de Deus, e deve se afastar dos maus costumes pagãos para adquirir gosto pelas coisas de Deus. Assim começa o seu Catecumenato, uma caminhada pessoal de catequese e de experiência da fé cristã. Após cerca de três anos, Demétrio é inscrito como " eleito" para ser batizado. Isso acontecia no início da Quaresma. Esses quarenta dias serão de uma vivência intensa intensa, em que a comunidade lhe faz sucessivamente a entrega dos Evangelhos, do Credo e do Pai-nosso. E ele deverá passar por três exorcismos, chamados escrutínios, para romper totalmente com o poder do mal.
Finalmente, na noite de Sábado Santo, Demétrio é o centro da festa pascal: no meio de toda a comunidade, ele recebe os três Sacramentos da iniciação cristã. Confessando sua fé no Pai, no Filho e no Espírito Santo, Demétrio é mergulhado três vezes na água batismal, para simbolizar que morre e ressuscita com Cristo para uma vida nova. Logo após, o bispo lhe impõe as mãos e o unge com o Sacramento do Crisma. Eis a marca indelével do Pai, que o adota como filho, e do Espírito Santo, que o penetra como seu templo vivo.
E o sinal de Jesus, Filho de Deus? É a Eucaristia, que não imprime caráter, porque é uma vivência de união contínua com Jesus Ressuscitado, como membro da Igreja. É o sacramento do seguimento de Jesus ao longo de toda a vida.
Se Batismo e Crisma não mais se repetem, a Eucaristia será a sua constante ação de graças e o seu alimento, que o mantém em comunhão com a Trindade Santa e com os irmãos. Quanto mais eucarístico for Demétrio, melhor será a vivência do seu Batismo e Crisma, e mais facilmente atingirá uma experiência espiritual profunda.
Tanto para Demétrio, como para todos nós, ser cristão é viver a realidade íntima desses três Sacramentos da iniciação cristã. Essa realidade é anterior a qualquer organização ou instituição visível, a qualquer pastoral ou ministério. É ela que faz existir a Igreja como Corpo de Cristo, é ela que santifica e conduz a uma dimensão que ultrapasse o tempo e o espaço.
Pe. Ulysses da Silva
Revista de Aparecida - n° 123 - Junho de 2012.
Vamos imaginar que, lá pelo século II, um jovem pagão, Demétrio, desejasse tornar-se cristão. Ele se apresenta a um ministro cristão, que sopra sobre sua cabeça e lhe faz o sinal da cruz, simbolizando uma ruptura com satanás e o início de uma nova criação. A partir desse rito, Demétrio passa a ser um "ouvinte" da Palavra de Deus, e deve se afastar dos maus costumes pagãos para adquirir gosto pelas coisas de Deus. Assim começa o seu Catecumenato, uma caminhada pessoal de catequese e de experiência da fé cristã. Após cerca de três anos, Demétrio é inscrito como " eleito" para ser batizado. Isso acontecia no início da Quaresma. Esses quarenta dias serão de uma vivência intensa intensa, em que a comunidade lhe faz sucessivamente a entrega dos Evangelhos, do Credo e do Pai-nosso. E ele deverá passar por três exorcismos, chamados escrutínios, para romper totalmente com o poder do mal.
Finalmente, na noite de Sábado Santo, Demétrio é o centro da festa pascal: no meio de toda a comunidade, ele recebe os três Sacramentos da iniciação cristã. Confessando sua fé no Pai, no Filho e no Espírito Santo, Demétrio é mergulhado três vezes na água batismal, para simbolizar que morre e ressuscita com Cristo para uma vida nova. Logo após, o bispo lhe impõe as mãos e o unge com o Sacramento do Crisma. Eis a marca indelével do Pai, que o adota como filho, e do Espírito Santo, que o penetra como seu templo vivo.
E o sinal de Jesus, Filho de Deus? É a Eucaristia, que não imprime caráter, porque é uma vivência de união contínua com Jesus Ressuscitado, como membro da Igreja. É o sacramento do seguimento de Jesus ao longo de toda a vida.
Se Batismo e Crisma não mais se repetem, a Eucaristia será a sua constante ação de graças e o seu alimento, que o mantém em comunhão com a Trindade Santa e com os irmãos. Quanto mais eucarístico for Demétrio, melhor será a vivência do seu Batismo e Crisma, e mais facilmente atingirá uma experiência espiritual profunda.
Tanto para Demétrio, como para todos nós, ser cristão é viver a realidade íntima desses três Sacramentos da iniciação cristã. Essa realidade é anterior a qualquer organização ou instituição visível, a qualquer pastoral ou ministério. É ela que faz existir a Igreja como Corpo de Cristo, é ela que santifica e conduz a uma dimensão que ultrapasse o tempo e o espaço.
Pe. Ulysses da Silva
Revista de Aparecida - n° 123 - Junho de 2012.
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